Coletânea de trabalhos

Coletânea de projetos que eu participei durante o período inicial de trabalho na área de inovação

Proposta

Durante um período de 8 meses em que iniciei minha carreira na área de tecnologia e inovação, realizei junto a equipe de Designer da empresa em que trabalhava na época, alguns projetos e aperfeiçoamos alguns produtos que já estavam sendo utilizados. Então decidi juntar alguns aqui, respeitando regras de confidencialidade, e mostrar um pouco sobre essas entregas e explicando o objetivo, o propósito do projeto e as decisões tomadas.

Escopo dos projetos

Em regra geral, nosso processo de trabalho começava tendo um primeiro encontro com o cliente, para entender o problema dele e começar e pensar numa solução. As reuniões sempre ia o time de Design todo, formado por 3 pessoas e o lider da equipe de desenvolvimento. Todos sempre bem atentos a entender sobre a regra no negócio e a extrair inicialmente informações e desejos do cliente.

Após esse conversa inicial, nos reuníamos para discutir sobre a percepção de cada um sobre o futuro produto e debater sobre viabilidades das ideias sugeridas durante a conversa com o cliente. Definido o que seria feito, começava o processo da equipe de design para criação da solução.

Todo projeto sempre começava por mim, onde pesquisava inicialmente mais sobre aquele assunto ou área de atuação (um desk research simples) para entender o que os usuários da solução do cliente faziam de forma geral, infelizmente desse primeiro período da minha vida como UX-UI designer não consegui realizar pesquisas, nem entrevistas com o usuário final dos projetos que desenvolvemos. Continuando, realizava um Bechmarking com os 2 ou 3 principais concorrentes do produto e criava proto personas e algumas vezes uma jornada dos usuários, com base nas informações pesquisadas e das informações obtidas pelo cliente.

Passando por essa fase inicial, começávamos a rabiscar e criar frames com ideias de como poderia ser feito determinada feature, em dois casos sugeri, uma dinâmica para extrair soluções, para isso utilizamos a técnica do Crazy 8”s e tivemos bons resultados.

Criávamos os wireframes e após essa criação, validávamos junto ao cliente e definíamos nesse momento, detalhes do style guide.

Com o style guide definido e o wireframe validado, finalizávamos essa primeira parte do processo, criando o protótipo de alta fidelidade. Então, validávamos novamente com o cliente e deixávamos todas as diretrizes para os desenvolvedores seguirem (Pesquisas e contextualização inicial, Protótipos de baixa e alta, historias de usuário, tipografia, paleta de cores e peso das fontes). Mantínhamos uma boa comunicação com a equipe dev’s e todo tipo de ajustes e melhorias era realizado em conjunto

Processos de Design

Durante o período que fiquei nessa empresa, me foi solicitado pelos gestores da empresa, que também eram nossos lideres, que criasse um escopo de passo a passo de como poderíamos conduzir a primeira etapa do processo de criação de alguma solução.

Então, após pensar sobre o assunto, revisitei alguns conhecimentos que já tinha adquirido em outra formação (em licenciatura em História) e pensando em Piaget (dito como pai da pedagogia moderna) ,me deparei que o processo de criação ou pelo menos a parte inicial de criação de um produto, se assemelha e pode ser somado aos processos e ferramentas já difundidas na criação de produtos, como Doble Diamond, Design Thinking...

Contudo vale apontar, que essa proposta de organização é só um paralelo, algo que eu utilizei, pensando sobre um problema que me foi proposto, não é nenhuma técnica, nem ideologia ou tese, formulada. Não possui nenhum teste nem validação de métodos. Simplesmente é uma forma de pensar, que eu adquiri ao longo da vida e utilizo na solução das meus projetos.

Segundo Piaget o processo de construção do conhecimento inicia-se com o desequilíbrio entre o sujeito e o conhecimento que está sendo aprendido. Ele acredita que todo processo de aprendizado de algum conhecimento passa pro três etapas.

A primeira etapas é a de assimilação, que é a incorporação do conhecimento, o entendimento do sujeito, aquele conhecimento. O sujeito muitas vezes, usa ou compara, como referencia, algum outro conhecimento que possui para facilitar a assimilação daquele novo conhecimento.

A segunda etapa é a acomodação, que seria a tendência do sujeito de ajustar-se a um novo conhecimento e assim, alterar e transformar os conhecimentos adquiridos, a fim de se adequar ao novo aprendizado recém assimilado, ou seja, acomodando o conhecimento.

Por fim, a terceira etapa que é a adaptação ou ponto de equilíbrio, após algum tempo, passando pelas duas fases anteriores, o sujeito, passa a dominar o novo conhecimento, assimilado e acomodado, chegando a um ponto de equilíbrio, consolidação o aprendizado.

Bom, dito isso, realizando um paralelo com a os processos para desenvolver uma solução, dentro do campo d e tecnologia e inovação, esse processo se encaixa perfeitamente, assim como se assemelha aos processos que conhecemos, pois primeiramente, conhecemos o problema, entendemos ele melhor (assimilamos), depois consolidamos(ou acomodamos) os conhecimentos adquiridos sobre o problema (através de ferramentas, processos e validações) e finalizamos com uma solução, já mais consolidada e dominada, já bem perto do que seria o produto final, testando e validando toda a ideia construída (adaptação e ponto de equilíbrio de todo o processo).

Após essa explicação, voltemos para o processo de design que utilizamos.

Foi organizado e documentado o processo de design, possuindo as seguintes etapas:

1 – Conversa com cliente e levantamento de ideias e dúvidas, nesse primeiro momento, a equipe de design, como ja mencionado anteriormente, tinha um primeiro encontro com o cliente onde conhecíamos o problema e tentávamos extrair o máximo de informação para poder ter subsídios para ter ideias e discutirmos como qual seria a melhor solução.

2 – Conversas internas, entre a equipe e criação de personas e jornadas, pesquisávamos sobre o mercado e o que era feito referente a regra de negócio e problema trazido pelo cliente e após isso criávamos uma proto persona e proto jornada do usuário (proto porque não tinhamos dados totalmente reais dos usuários do nosso cliente, não realizávamos pesquisas e testes com eles).

3 – Criação dos rabiscos e wireframes, levávamos para o cliente eu um novo momento, as ideias que tivemos e como pensamos em criar e solucionar os problemas levantados, criávamos para validação, um esboço em forma de wireframe de como acreditávamos que a solução poderia ser.

4 – Aplicação de style guide, buscávamos as cores da marca do cliente, ou alguma identidade que a marca possuía, e definíamos após essa avaliação a tipografia, peso da fonte, ícones, paleta de cores, botões, inputs e alertas.

5 – Consolidação do fluxo de telas e protótipo de alta fidelidade, refinávamos os wireframes, acrescentando novas ideias e também as já validadas, aplicávamos todo o style guide, criávamos componentes se necessário e apresentávamos para o cliente, anotando possíveis mudanças e as aprovações para disponibilizar a equipe de desenvolvedores.

Considerações finais

Esse era o processo que utilizávamos em todos os projetos que realizávamos na equipe de design, ainda estão longe que gostaríamos, sabíamos também que não era a forma mais correta de se trabalhar, porém, acima de tudo, nos adaptamos e entendemos a dinâmica da empresa, e tentávamos o máximo possível, entender e encontrar soluções para os problemas trazidos pelos clientes, de forma que trouxesse benefícios para a nossa empresa, agradasse o cliente e tivesse boas práticas e acima de tudo facilidade para utilização do usuário.

Espero ter sido o mais claro possível e que não tenha gerado nenhuma dúvida, porém caso ocorra de alguma dúvida ou curiosidade sobre o processo surgir, estou sempre disposto a tirar ou explicar melhor, só entrar em contato comigo no Linkedin ou por e-mail, assim que puder responderei com maior prazer.

Criado por:
Thiago Castro da Cruz: castro.thiagoux@gmail.com | LinkedIn